Economia
Peru torna-se destaque de crescimento na América
Latina
Humberto
Domiciano (hdomiciano@brasileconomico.com.br)
13/01/12 16:00
13/01/12 16:00
Humala enfrenta crise política em seu governo
Entre as razões
para o fortalecimento da economia do país andino estão o aumento de acordos de
livre comércio e a variação positiva dos preços das commodities.
Com forte crescimento registrado nos últimos anos,
o Peru vem ganhando cada vez mais espaço no cenário econômico do continente.
Desde 2005, o PIB peruano vem registrando crescimento
superior a 6% (com a exceção de 2009, quando a expansão foi de 0,9%). Em 2010,
a taxa de crescimento foi de 8,8%, sendo superado apenas pelo Paraguai, que
cresceu 15,2% e pela Argentina que avançou 9,2%.
Entre as razões para o fortalecimento da economia
do país andino estão o aumento de acordos de livre comércio e a variação
positiva dos preços das commodities.
Para Lia Valls Pereira, pesquisadora do Instituto
Brasileiro de Economia da FGV, o Peru está procurando diversificar sua
economia. "Nos últimos anos foram fechados diversos acordos de livre
comércio com a União Europeia e China, entre outros países. Esse aumento de
tratados tem por objetivo a diminuição da dependência das exportações e a
elevação dos investimentos estrangeiros", explicou.
De acordo com dados da Comissão Econômica para
América Latina e Caribe (Cepal), em 2010, as exportações peruanas somaram US$
34,534 bilhões, sendo quase seis vezes superior ao observado em 2000.
Entre os principais produtos comercializados estão
o ouro, minérios de cobre e pescado.
Por sua vez, as importações de automóveis
cresceram, passando de US$ 196,2 milhões em 2000 para US$ 1,088 bilhão em 2010.
Na visão de Lia, o país também adota outras medidas
de estímulo ao investimento externo. "O Peru tem uma agenda que vem sendo
mantida, que tem como principal fundamento a redução das tarifas de importação.
Além disso, também foram realizadas extensas reformas na área econômica, que
também contribuíram para o quadro positivo", destacou a pesquisadora.
Outro fator que auxilia o país latino é a sua baixa
taxa de juros, de 4,25%, que foi mantida em reunião do Banco Central Peruano,
realizada na quinta-feira (12/1).
Clima econômico
e político
Segundo o mais recente boletim de Sondagem
Econômica da América Latina, da FGV, o Peru apresentou o melhor índice de clima
econômico, atingindo 6,2 pontos, seguido por Uruguai e Paraguai, que tiveram
5,9 e 5,7, respectivamente. Nesse mesmo ranking, o Brasil ficou em oitavo, com
4,8 pontos.
Entretanto, se na parte econômica o país vai bem, o
ambiente político, como é comum na América Latina, segue tenso.
O atual presidente Ollanta Humala assumiu o poder
em julho e no final de 2011 foi obrigado a fazer sua primeira reforma
ministerial, demitindo 10 titulares, devido a discordâncias entre o chefe da
Nação e o primeiro-ministro Salomon Lerner.
Com as mudanças, Humala nomeou o ex-militar Oscar
Valdes, o que causou discordância por parte do ex-presidente Alejandro Toledo e
de seu partido Peru Possível, responsáveis pela estabilidade do atual governo.
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